Duas mulheres contaram a um familiar, irmão de uma e marido de outra, o que aconteceu no final de manhã dramático, esta terça-feira, no Centro Ismaelita de Lisboa.
“Eu estava no Marquês de Pombal quando a minha irmã ligou e não conseguiu explicar o que aconteceu”, começou por contar este homem. A irmã e a esposa estudam na mesma sala do agressor, um afegão de 40 anos, que fez um ataque à faca no referido Centro.
Duas mulheres morreram, além de outros feridos, nomeadamente o professor deste Centro, que dava aulas de portugueses a estrangeiros e refugiados.
“A minha esposa estava a chorar e não conseguia falar. Só dizia que a mulher estava a morrer”, contou o homem que depois de contactado, se apressou em direção ao local do atentado. Assim que chegou, percebeu todo o aparato policial e conseguiu falar com os familiares, que lhe contaram que o agressor estava a bater no professor.
“O professor estava deitado no chão”, acrescentou este homem, aos jornalistas, sendo que um familiar dele terá abordado diretamente o agressor. “Por favor, não faças isso”, terá repetido essa testemunha frente ao agressor, que estava com a faca na mão e o professor deitado no chão.
“Eu vou matá-lo, não venhas para perto de mim” terá dito o agressor afegão a esse outro homem, enquanto apontava a faca ao pescoço do professor. Depois acabou por largar o homem e sair dali. O professor conseguiu chegar a um hospital, pelos próprios meios, com ferimentos no pescoço e no abdómen.
“Estava lá a senhora Mariana e a senhora Farana [as vítimas mortais]. A Farana estava na parte de ajudar os imigrantes afegãos. Ela ajudava a arranjar casa e essas coisas. A Mariana estava na parte da adjudicação dos afegãos e ajudava aulas para estudarem e essas coisas”, explicou ainda este homem, a dar novos elementos sobre esta tragédia em Lisboa.