Início País Tragédia Nacional: Morreu político português

Tragédia Nacional: Morreu político português

Morreu na madrugada desta terça-feira, 21 de março, Cândido Ferreira. Toda uma vida ligada à medicina e à política, tendo mesmo sido candidato à Presidência da República, em 2015. As causas da morte ainda não foram avançadas, nem informações sobre as cerimónias fúnebres.

Cândido Ferreira era natural de Febres, concelho de Cantanhede, e residente em Leiria, cidade onde fundou a primeira clínica de hemodiálise, a Eurodial. Foi responsável clínico por mais de um milhão de sessões de hemodiálise e pioneiro de algumas técnicas de diálise, bem como no tratamento de diabéticos insuficientes renais.

Ainda na saúde, integrou a fundação da Anadial – Associação Nacional dos Centros de Diálise, liderou o Hospital de Pombal em 1976, foi assistente de Nefrologia na Faculdade de Medicina de Coimbra e integrou a equipa do médico Linhares Furtado que organizou a primeira consulta de transplantação em Portugal e a primeira colheita de órgãos.

Foi também militante do PS, durante muitos anos. Um feroz ativista contra o Estado Novo, tendo mesmo estado detido, por essa contestação. Acabou por deixar o PS em 2011, depois de ter avançado contra a direção socialista de José Sócrates. Em 2015, foi candidato à Presidência da República.

Além da Medicina e da Política, Cândido Ferreira também se destacou na escrita, com os romances “O Senhor Comendador”, “A Paixão do Padre Hilário” e “Setembro Vermelho”, três livros de crónicas – “Os Burros”, “Esmeralda-Sim!…” e “Pelas Crianças de Portugal”.

A Câmara Municipal de Leiria já deixou uma nota pública pelo falecimento deste ilustre cidadão:

“O exercício da medicina era mais do que uma paixão, através da qual tratava os seus pacientes com humanidade, sem procurar proveitos próprios, traços que o levaram ao reconhecimento internacional, ao desenvolvimento de parcerias fora das nossas fronteiras e à publicação de inúmeros artigos.

Inquieto por natureza, Cândido Ferreira era um homem ligado às artes e a sua intervenção na cultura fica marcada pelos romances que escreveu”, pode ler-se no comunicado da autarquia.